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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sobre dores e amores!



... Algumas pessoas que passaram em minha vida - de importâncias e em circunstâncias diferentes - eram unânimes em ressaltar uma pseudo qualidade: a facilidade em traduzir a vida, essa mesma, pessoal e cotidiana; desvelando tabus familiares; cauterizando feridas; aplacando mágoas indeléveis; explicitando a dor alheia; pontuando "pontos de vista" conflitantes, os quais alicerçam razões equivocadas que acreditamos ter. E, por essas "verdades absolutas", de que nos julgamos portadores, despendemos toda nossa força para sustentá-las, persistindo inconscientemente no erro, perpetuando a malquerença. O poeta indagou em uma de suas canções: "prá onde vai o amor, quando o amor acaba?" E respondeu complacentemente em outra composição: "...amores serão sempre amáveis!" Isso leva-nos a crer na consciência derradeira, em um sentimento superior e final, que - mesmo após fúrias, revanches, insanidades - poupará a consequência inocente do irresponsável ato de nos relacionarmos. Ressalto também, que apesar de outra expressão ser muito usada pelos poetas, a desprezo completamente. O (para mim) paradoxal clichê: "o amor e o ódio se irmanam". O ódio é excludente, frágil, egoísta, covarde e induz ao erro, e quase sempre, atinge somente quem o emana, particularmente, o ignoro! A dor que sinto, cortante, lenta e cotidiana, é a dor que divido com João Caetano. A mesma dor que atinge João Pedro. A que alcança Maria Clara e seu irmão com nome de poeta, o qual nem conheço. A dor que encontra amparo e se estanca nos frágeis ombros de Heitor, que nem sabe que carrega esse nome forte prá suportar e dividir com seu pai - mesmo inconscientemente - tudo o que a vida insiste em machucar lancinantemente, portando-se bravamente, citando o nome de seus irmãos, como se convivesse com os mesmos. Mas, quem irá traduzir a vida e "trazer à luz", espíritos opacos e obscurecidos. O poeta também disse: "... a dor da gente não sai no jornal". Um abraço!
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Patrícia, se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse o sonho dentro de mim, e vivesse na escuridão...  Obrigado!

10 comentários:

Caco disse...

Zeca Baleiro já disse: "a vida não é novela", portanto, é no cotidiano demasiado cotiano que mora a vida em toda sua beleza e seu dilaceramento o problema é que tem gente que insiste em permanecer caolha...
Lindo texto!

Celina disse...

Linda foto, lindo texto...

DJALMA OLIVEIRA disse...

Valeu Caquito, a vida não é novela mesmo, acho que tudo isso nos leva a um aprendizado, algo superior sei lá, mas que dói demais, isso dói! Um beijo!

DJALMA OLIVEIRA disse...

Obrigado Celina, um grande abraço!

Márcia disse...

Patricia Galvão (Pagu) escreveu certa vez "às vezes tenho dor de viver, mas passa..."
Deus cure suas dores ou lhe dê forças para transformá-las em alegrias .

Ricardo disse...

Cara não conheço sua história pessoal a fundo ,mas esse texto dá uma ideia da coisa toda, barra heim cara!
A mágoa e a falta de autocrítica são os grandes males da humanidade.
Grande abraço

DJALMA OLIVEIRA disse...

Márcia, e Pagú viveu intensamente, obrigado.

DJALMA OLIVEIRA disse...

Ricardo, concordo plenamente com você. Um abraço.

Carlos disse...

Concordo Djalma, é como diz o samba "pra que rimar amor e dor..."
Sorte aí cara!

DJALMA OLIVEIRA disse...

Valeu, Carlos, um abraço!